Ninguém sabia o quanto era difícil.
Eu sei, meu fardo não era o maior do mundo, ou o mais pesado, mas ele era o suficiente para ocupar todas as minhas costas.
Sabemos que toda a vida se finda com o encontro com a morte, porém eu era lembrada daquilo constantemente pela infeliz doença alojada dentro de mim, que traziam consigo sintomas tão desagradáveis que vez ou outra faziam com que eu desejasse que o sopro da vida me abandonasse de vez.
A morte curaria todas as minhas dores, em contrapartida levaria com ela todos os meus sonhos...
Eu havia vivido tão pouco!
Sonhava ainda em ter minha casa, comprar um cachorro e criar um filho que teria duas mães. Ainda queria colorias meu cabelo com tantas outras cores...
Eu queria viver! Viver e realizar tudo aquilo que sonhei, mas a cada crise eu me convencia: Não havia tempo. E cada volta do ponteiro era como uma gota de vida se esvaindo de mim...
Decidi correr contra o relógio e viver enquanto ainda me restava tempo. Vivi intensamente.
Porém, ao me opor contra o tempo eu acabei me matando aos poucos.
Na verdade, cometemos suicídio toda vez que fazemos algo com a plena consciência que aquilo ira nós fazer mal.
Na verdade, cometemos suicídio todo os dias nesse mundo louco e ainda assim permanecemos vivos...
Meu estilo de vida intenso e desregrado era prova disso, estava a cavar a minha própria sepultura fazendo aquilo que os corações aflitos que me rodeavam me aconselhavam tanto a não fazer, mas acredito que isso seja normal hoje em dia, ou vai me dizer que você não se matou um pouco hoje?