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terça-feira, 29 de outubro de 2013

A grama do vizinho


Mais um final de semana diante do computador, meus amigos postam fotos que narram um descanso perfeito. Percebo o quanto minha vida é sem graça e uma tristeza me atinge, mas continuo ali,sem saber ao certo porque, até que o som da campainha rouba minha atenção.
Diante da minha porta estava o amigo que a horas atrás havia postado fotos de um passeio, que juguei eu, ter sido perfeito.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Iluminado

Ele sempre foi visto como o favorito e aquilo era horrível, afinal um simples deslize seria o suficiente para que muitos se decepcionassem.
Possuir um brilho natural é bom, mas involuntariamente as pessoas sempre acabam esperando algo a mais de você.
O Iluminado era atormentado pelas sombras da própria luz. Isso é completamente sem sentido,eu sei, mas os Iluminados entenderão...
Como lidar com aquilo? Existiria uma forma de perder aquele brilho? - Questionou-se, indeciso diante daquele revês.
O Iluminado sempre foi assim, um destaque, e se o seu brilho fosse retirado, o que sobraria então?
Com certeza apenas um vão, um buraco, que dificilmente seria preenchido. Ele não era insubstituível, contudo, era único.
Mas porque todos esses questionamentos justo agora?

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O senhor do tempo

Algumas pessoas tem o desejo de voltar no tempo para consertar certos erros. Ele tinha esse poder, mas não o utilizava em beneficio próprio. Preferia tomar sua historia como exemplo para ajudar a reparar o erro de outras pessoas.
Mas o que havia feito aquele senhor do tempo?
Ninguém era capaz de dizer.
Aquele velho sentando na beira da calçada tinha uma iris monocromática que transportava qualquer um para um mundo de mistérios, mas, na verdade, era só isso: mistério.
Não havia nenhum segredo sobre o senhor do tempo, porém, mesmo assim, ele era visto como uma incógnita.
Ele era como um livro aberto rodeado por cegos.
Mas o que havia feito o senhor do tempo?

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

As crônicas do amor : O Velho e o Moço

Eles eram lindos.
De alguma forma eles se completavam e era notável a alegria daquele casal que caminhava de mãos dadas.
Eu já havia visto inúmeros casais assim: felizes, perfeitos e que se completavam.
Mas eles tinham um diferencial, ou melhor, ele tinha um diferencial. Que apenas as pessoas mais atentas e experientes poderiam notar.
Seria ela capaz disso?
A rua estava deserta e eles pareciam não ter me notado ali, mas quem teria?
Me aproximo e os espanto ao surgir em seu campo de visão sem nenhum aviso.
-Pois não? - Perguntou ele desarmando sua posição ofensiva ao constatar que eu era apenas um velho.
O ignoro, pois já o conhecia bem. Minhas atenções estavam voltadas para aquela iris dilatada e multicolorida daquela garota que me encarava. Com certeza mil pensamentos passavam pela sua mente naquele momento, mas o que me preocupava não era o que ela era capaz de pensar e sim o que ela não era. Seus olhos eram incapazes de enxergar certas coisas.
-Desculpe, de longe vocês se pareciam com um casal que conheci. - Digo tentando não ser absorvido pela minha constatação.
- Que casal? - Pergunta ele de impulso e então o encaro.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O homem na estrada



Como um ex-presidiário, assim que ele seria apontado pelo resto da vida.
Contudo o que ele poderia ter feito? Aquele pão o levou a ruína.
Um dia alguém determinou, que pobre morreria, quem assim nascesse. E por muito tempo ele lutou para fugir daquela determinação, na qual, acreditava ele, não ter sido criada por um pobre e que impedia que as pessoas fossem senhoras do seu próprio destino. Porém uma única voz não poderia fazer nada perante a uma multidão de surdos.
Ele fraquejou. E um único pedaço de pão foi o suficiente para enquadra-lo naquele destino que ele tanto quis evitar.
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