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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Coisas que perdemos pelo caminho

A bolinha de papel voou acertando o balde. Era a terceira ou quarta folha que tinha o mesmo destino.
Ele não conseguia organizar seus pensamentos em palavras, mas eu o entendo.
Involuntariamente absorvemos tudo que esta ao nosso redor e escrever é colocar tudo isso para fora, mas como escrever sobre algo que se perdeu e a mente não consegue mais identificar?
O homem diante daquela folha de papel era um guerreiro, as cicatrizes que ele carregava era prova disso. Apenas um guerreiro seria capaz de chegar onde ele chegou, contudo sua preocupação no momento era responder a um único questionamento: Por que aquela vitória não veio acompanhada do sabor da felicidade?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O muro



Uma mão de tinta. Foi isso que haviam colocado sobre o meu grafite e me pergunto, parado diante daquele muro branco, porque o novo sempre incomodava as pessoas?
Consigo me lembrar nitidamente daquela garotinha que tentava inutilmente alertar a sua mãe para o que existia ali. Penso que as crianças deveriam ser mantidas num mundo distante dos adultos. Não iria demorar para que aquela ela fosse contaminada pelos adultos, fazendo com que pouco a pouco seu mundo também se torna-se cinza e com isso mais uma luz se apagaria. Mais uma esperança de dias melhoras seria morta de maneira implacável, mais uma mão de tinta seria jogada contra uma explosão de cores.
Aonde chegaríamos assim?

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

As crônicas do amor : O Escritor e a Cega

Aquelas palavras haviam me atingido com uma precisão fora do comum e logo em seguida um sentimento de arrependimento começou a aflorar em mim.
Agora eu entendia que nós dois compartilhávamos de um coração mofado, a diferença é que ele tinha consciência disso e eu não.
Começo a pensar se tudo aquilo havia acontecido com aquele garoto magrelo, que escrevia aquelas crônicas que me descreviam tão bem, ou se tudo aquilo não passava apenas de um fruto da sua imaginação...
Compreendo agora, depois de tanto tempo, o que ele sempre quis dizer: Todas as pessoas tem uma forma diferente de amar.
No fim ele sempre falou de amor, na verdade ele sempre falou de amor! 
Eu que apenas não conseguia enxergar isso. Talvez ele fosse bem feliz, percebo que ele sempre colocava uma pitada de amor nas coisas mais bobas, nas mais complexas,nas mais nobres, o amor estava sempre ali, o rodeando por todas as partes. Não naquela dosagem grande e enjoativa, talvez por isso que eu não conseguisse enxergar, pois queria tudo demais.Eu pecava pelo excesso.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O reflexo, a flor e o guarda-chuva



O que havia mudado?
Ele  não sabia dizer, mas tinha certeza que ela estava certa sempre que dizia que algo em seu olhar havia mudado. Porém, não era assim que devia ser? Crescer, trabalhar, ser levado a serio...
Como fazer tudo isso sem mudar? Como fazer isso sem alterar a sua essência? Como não sentir a dor de sair da casca e encarar o mundo lá fora...?

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