O vento soprou contra a janela, provocando um uivo tipico dos clássicos de terror.Desperto assustado.
Estava atrasado para minha entrevista de emprego. As constantes tentativas de adentrar no mercado de trabalho me deixavam cansado, já tinha ouvido 5 "nãos" ao longo daquela semana.
Ainda era terça-feira.
Larga experiencia, cursos técnicos, graduação, falar outros idiomas...
Acho que estaria empregado em qualquer lugar do mundo, mas nada disso parecia ser o suficiente nessa selva de pedra.
Pergunto-me qual o problema em ser nordestino.
Acredito que as pessoas deveriam ser julgadas não pelo lugar de onde vieram, mas sim pelo lugar onde elas desejam ir.
Encaro o relógio, pelo adiantar da hora, acredito não ser esse o dia do tão esperado "sim".
Dez minutos depois estou dentro de um metrô, como uma sardinha enlatada, partindo em busca do meu sonho.
Lembrando do verso, de uma antiga legião, que dizia: Quem acredita sempre alcança.
