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domingo, 9 de março de 2014

Abraço

Quase sempre, quando escrevo sobre o amor, as pessoas imaginam um casal de namorados.
Mas a verdade, é que o amor vai muito mais além do que um sentimento entre um homem e uma mulher. Amamos os nossos pais, nossos irmãos, nossos filhos, nossa família, nossos amigos...
Amigos.
Talvez de todos os amores, o amigo é o mais poderoso. Como se fosse uma especie de coringa do amor, o amigo pode ser tornar um pai, um irmão, ou toda uma família...
Os amigos parecem preencher todas as lacunas.
Lembro-me de quando ela entrou na minha vida e me surpreendo ao perceber que não conseguia me lembrar de quando isso havia acontecido ao certo.
Percebemos que algo é eterno quando não conseguimos data-lo.
Aquele elo estava findado na eternidade, como toda boa amizade deve ser. Porém, a mesma vida que aproxima, também afasta e é inevitável o momento em que temos que seguir a nossa estrada. Sozinhos.
Recordo, que uma vez ouvi dizer que a vida da gente é uma eterna canção por compor.
Todos nos queremos cantar belas canções.

Seria egoísmo pedir para que ela ficasse. Amar também é abrir mão.
Pensei em dizer a ela o quanto sentiria sua falta e tantas outras coisas que se passavam em meu peito, mas o ato de partir já é difícil sem todas essas sentimentalidades. Calei-me.
E conversamos ali, por um tempo, ignorando o fato daquilo ser uma despedida.
Até que as portas se fecharam, anunciando o inevitável, então nos abraçamos e senti no calor de seus braços um desejo de ficar.
Quis solta-lá, mas ela me segurou por mais um momento.
- Obrigada, viu!? - Disse ela sem me soltar.
Não respondi. Ou respondi?
Não lembro do que veio depois. Só lembro de guardar aquele abraço em mim, enquanto a olhava partir e desejar para ela, mentalmente, apenas uma coisa: Boa sorte.

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